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Enfim, estacionamos num camping!

  • Rosana Sperotto
  • 21 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

Feriadão de Corpus Christi, tempo frio de junho e os gaúchos rumando para os tantos destinos da nossa linda serra. Na contramão, nós, apaixonados também pelas rotas serranas, mas, dessa vez, em busca de um programa especial dentro do nosso mote: experiências diferenciadas acessíveis ao bolso e às pernas (lembrando que tenho sequelas motoras de pólio e minha mãe, 85 anos, de AVC). Com a previsão de temperaturas amenas e sol, já era quinta-feira quando batemos o martelo pelo litoral para reprisar dias bacanas que passamos há alguns anos no Camping Club Lagoa e Mar, na entrada de Tramandaí, considerada a capital das praias do RS. Desta vez, apenas eu do “trio do trailer”, o marido e a mãe pegamos a freeway no início da tarde, com uma bagagem que qualquer um acreditaria ser para 10 dias (rs). Logo entenderão por que carregamos metade da casa.


Ex-campistas sem barraca e um trailer em miniatura, como se acomodar num camping? Pois bem, o Lagoa e Mar foge do formato tradicional desse tipo de hospedagem. O espaço é ocupado basicamente por trailers estacionados ali o ano todo e com estrutura de “avanços” de alvenaria, madeira e lona. Em muitos, nem se vê mais o trailer. Transformaram-se em casas com o trailer “encaixado”, usado apenas como dormitórios. E alguns deles podem ser locados, como fizemos na experiência anterior.

Com certo receio do frio, ficamos com outra opção: uma casinha de dois quartos (um deles com split), cozinha (com utensílios básicos)/sala e banheiro. Simples, mas funcional. Um luxo se lembrarmos dos tempos de barraca. E pra que tanta mochila? Muita roupa de cama para garantir noites quentinhas, banho, pessoal e um pequeno rancho para cozinhar relembrando os improvisos do camping. Tudo que dispensamos ao nos hospedarmos num hotel e que facilita muito arrumar a bagagem mas que, para quem curte, vale muito a pena.

Já imaginávamos que a maioria não escolhera a praia para passar os quatro dias de folga, mas fomos de uma certa forma surpreendidos com o camping praticamente vazio. A maioria das “casas do condomínio” fechadas, com exceção de alguns poucos fiéis à proposta de descansar junto à paz da natureza. Entre eles, um casal amigo de décadas, bem instalados na sua morada/trailer de fim de semana, em todas as estações. Parceiros não só de lazer, mas de vida, são sempre companhia de primeira e fizeram nossos dias ainda mais especiais, compartilhados na mesa, no riso solto, na leveza das horas sem relógio. Também nos proporcionaram momentos lindos com sua netinha, uma verdadeira mascote do nosso projeto nesta experiência.

Larissa, três meses, parece mesmo ter se encantado com a casinha de quatro rodas, e nós, com tanta graça.

Um espelho, uma montagem, um porta-retrato do mini trailer… Dois mundos pequenos que se encontraram na delicadeza.


A Lagoa do Armazém é o ponto alto do lugar, para refrescar no calor e descansar os olhos do amanhecer ao anoitecer em todas as épocas. Cenário bucólico para o nosso pequeno, especialmente no trapiche, fotogênico como só ele.


Seus esguios moradores convidam ao voo ao sol que mais parecia de entrada de primavera.

Lá no fundo, a cidade que traz tantas lembranças dos veraneios da infância quando o cenário era de chalés e casas baixas e nem se sonhava com a invasão de edifícios.


As “meninas” faceiras até fizeram pose contra o sol (rs)…

E por todos os lados cantores fazendo a trilha sonora…


Uma fartura de formas e cores nos antigos pinus, eucaliptos, figueiras…



A tarde já se ia quando estacionamos na beira da praia vazia. Longe de ser o cenário que imaginamos para apresentar o trailer ao mar, escuro também pela falta de sol, mas ao menos fomos recepcionados por um navio petroleiro lá no horizonte. – Logo voltaremos ao litoral pra te mostrar a beleza infinita que mora no mar banhado da luz solar – prometemos ao mascote. E pegamos a estrada de volta ao camping… Que show nos aguardava!



A paisagem inteirinha pintara-se de rosados na despedida do sol. Contemplar, fotografar, inundar-se de suavidade, aguçar os sentidos para toda aquela calmaria… “Tudo muda o tempo todo no mundo…”, sim, Lulu, e bem perto da natureza os ciclos se mostram tão descortinados, impossível não se deixar tocar.


Com esta pintura aquarelada de água e céu fundidos, um espelho gigante, nos despedimos da curta temporada como pseudo campistas com aquela sensação boa de que se aventurar a ir contra a maré pode render episódios surpreendentes, nesse caso, bem bacanas. A meteorologia acertara em cheio. O feriadão viveu um veranico de junho com temperaturas deliciosas e sem um ventinho assobiando na beira da lagoa. Usamos a metade das cobertas, comemos quase tudo do farnel, pagamos a metade do valor das diárias da alta temporada: 120,00 casal + 30,00 pessoa extra (que ganhamos de brinde). Os valores são os mesmos para os trailers. Confira no site: http://campinglagoaemar.com.br/aluguel/

E para fechar com uma verdadeira chave de ouro, o pôr-do sol mais fantástico que já presenciara, na volta pela freeway.

Um artista “divino” pincelou telas provocativas numa sequência deslumbrante por quilômetros alagados pelas últimas chuvas. Uma Torre Eiffel desconstruída? Uma instalação pós-moderna?

Iluminou-se gratidão por todos os poros…


 
 
 

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São Leopoldo - 2017

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