top of page
Buscar

A riqueza da vida rural de Nove Colônias

  • Maria Luiza Santos Soares
  • 3 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Nosso post está bem atrasado, mas não poderíamos deixar de falar um pouquinho dos arredores e da surpresa que tivemos ao conhecer Nove Colônias. Para nós que gostamos tanto de Nova Petrópolis, com seus caminhos floridos, boa mesa, malhas de qualidade e o imperdível Labirinto Verde, chegamos à conclusão que há por lá muito mais para se ver.

A cidade faz jus às denominações de Jardim da Serra Gaúcha, bem como a Capital Nacional do Cooperativismo. Ela esconde o jardim mais alto da Serra, coleções de cactos, além de todo um projeto paisagístico da cidade e dos jardins da zona rural que se misturam com a paisagem nativa.

Do cooperativismo podemos observar o resultado de mais de um século de trabalho da agricultura familiar – os lotes por lá, distribuídos em 1858, eram em média de 50 hectares cada um – através da diversificação da produção rural. Podemos deduzir que nos primeiros tempos, tamanhas as dificuldades de comercialização da produção, fizeram com que os pioneiros se unissem para conseguirem se estabelecer.

Deixando a BR 116, entramos na RS 235 já em Nova Petrópolis, pela Rota Romântica. Atravessamos o centro, em direção a Gramado. Andamos 23 quilômetros, onde entramos à direita, após a placa indicativa dos Caminhos Germânicos. Chegamos a Nove Colônias. Rumando para o Sítio da Paz Celestial (veja o post anterior), por nove quilômetros, fomos devagar para apreciar tudo que havia ao longo da estradinha.

A surpresa foi o sol. Sua geografia privilegiada nos permite estar a mais de 700 metros de altitude, desfrutar de todas as belezas naturais e culturais da Serra Gaúcha, passeando por um planaltinho entre pequenos vales ensolarados e férteis. Pela estradinha avistamos campos de aveia, vinhas, pomares e jardins, araucárias e xaxins, característicos da Mata Atlântica, assim como seus pássaros, montanhas, corredeiras, vaquinhas pastando.

Chegamos à Casa de Pedra, um dos pontos históricos do caminho, inaugurada pela família Aldreider em 1914. Funcionava como armazém e local de encontros da comunidade. Ali se faziam os kerbs, se apresentavam corais, e até hoje ainda há programações culturais no local. Foi construída ao lado da casa de enxaimel da família no século IX.

Patrimônio cuidado com capricho, uma volta ao passado de encher os olhos.

Ao lado, no "centrinho" da localidade, a primeira igreja construída em estilo enxaimel no Estado. Com as reformas, acabaram cobrindo o trabalho com ripas de madeira e barro, mas ainda pode-se vê-lo em algumas partes descascadas.

Estacionamos o trailer na entrada, encantadas com as paredes de escariola e o piso de ladrilhos, mas decepcionadas pela porta fechada.

Mas numa olhada em volta descobrimos a peculiaridade do templo: a chave disposta junto à corda do sino.

Logo em seguida, localizada numa curva de menos de 45 graus, a paisagem oferece outra surpresa, O jardim de lavandas da Casa Sander. Ali fizemos uma parada obrigatória para fotografar e sentir o perfume das lavandas. Na Casa pode-se adquirir as famosas geleias de pequenas frutas, como amoras, mirtilo, framboesa, e também comprá-las in natura ou congeladas, além de suco de uva.

Um cartão postal com a casa de lambrequins azuis, cena de conto de fadas.

Não chegamos a conhecer outros pontos importantes desta região de planaltos no alto da Serra, mas temos agendadas visitas ao Perau Encantado, escola de paisagismo regenerativo, que tem contribuído para a preservação da natureza através de uma rede de paisagistas e ambientalistas pelo país afora. Também devemos uma visita a Esculturas Parque Pedras do Silêncio, que reúne diversos trabalhos em granito, uma exposição ao ar livre que conta a história da imigração.

Voltaremos! (rsrs)

 
 
 

Comments


São Leopoldo - 2017

bottom of page